Zilda Eduardo do Nascimento
Dramista
02/04/1927
COHAB, Guaramiranga (CE)
Tradição
Zilda Eduardo do Nascimento, é filha de Maria Marcos Vieira e Eduardo do Nascimento. Natural de Guaramiranga, dona Zilda foi moradora do Sítio Arábia, lugar conhecido como o berço cultural de tradições como dramas e reisado.
Foi na Arábia que a jovem Zilda começou a aprender versos com sua irmã Lourdes do Nascimento e com as senhoras Mirtes Holanda e Joaquina Felipe, para animar as festas que celebravam o fim da colheita de café.
Os ensaios aconteciam durante as férias e o grupo de moças do Sítio Arábia saíam para fazer apresentações e animar as comunidades como Sítio Abreu, Bom Retiro, Sítio De Fora e Cana Brava.
Quando casou-se com Raimundo Almeida da Silva diminuíram as apresentações, pois as responsabilidades da vida de casada eram muitas… Os filhos nasceram, cresceram, mas a mestra Zilda sempre buscou dedicar um tempo aos dramas. Seja repassando saberes aos seus filhos, seja aproveitando as turmas de catecismo em que era professora para ensinar versinhos à meninada, foram décadas e décadas envolvendo crianças e jovens na tradição dos dramas.
Em 2005 foi diplomada como Tesouro Vivo da Cultura, através da Lei Estadual 13.842, de 27 de novembro de 2006, que instituiu o Registro dos “Tesouros Vivos da Cultura” no Estado do Ceará. Lei pioneira no Brasil, que reconhece os saberes e fazeres dos mestres e mestras da cultura tradicional e popular.
Dona Zilda está afastada dos palcos por conta de problemas de saúde, mas até há bem pouco tempo repassava seus saberes em atividades diversas nas escolas, ministrava palestras e participava de eventos. Levou seus dramas a cidades como Fortaleza, Juazeiro do Norte, Crato e Sobral, e participou de festivais como Mestres do Mundo, Mostra dos Dramas e Festival Nordestino de Teatro.
Em Guaramiranga o que mais gosta é de suas amigas e sua memória artística mais importante foi sua primeira apresentação, aos 12 anos, em que ela encenou os dramas “Viva São João”, “O Príncipe” e a “Camponesa”.
A Mestra possui um livro de dramas organizado pelo neto, Ricardo Almeida. O precioso caderno conta com dezenas de dramas registrados que foram reproduzidos e/ou criados nos 76 anos de dedicação de dona Zilda aos palcos.